Ednaldo Rodrigues cobra mais, e futebol feminino perde patrocínios
Nos últimos meses, três empresas encerraram os acordos que tinham com a CBF

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A saída recente de três empresas que tinham acordos de patrocínio com a CBF voltados ao futebol feminino acendeu o alerta na modalidade. Isso porque o fim dos acordos acontece em um momento em que o Brasil tenta fortalecer o esporte e, mais do que isso, se prepara para sediar a próxima Copa do Mundo Feminina. Mas o presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, assegura que não se trata de uma fuga de patrocinadores, mas sim de uma busca por contratos mais robustos.
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Neoenergia, Binance e Riachuelo foram as empresas que encerraram seus acordos com a CBF nos últimos meses. O Lance! pediu posicionamento a elas (veja ao final deste texto). Ednaldo Rodrigues, por sua vez, diz que não houve renovação dos contratos porque os valores pagos estavam aquém do esperado.
— Aquilo que não foi importante para a CBF, para a valorização da marca da CBF, a gente procura suprir com outros patrocinadores. A fase de a CBF ter contratos diminutos passou — declarou Ednaldo nessa quinta-feira (6), logo após a divulgação da lista de convocados para as Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2026 (a masculina, frise-se).
— A gente sempre vai procurar que os contratos da CBF sejam à altura dos investimentos que fazemos no fomento do futebol e, principalmente, da marca da CBF. Foi assim com relação à Nike, em que fizemos uma renovação de contrato que foi a maior do mundo, tanto para a Nike como para a CBF, em termos de seleções. E é assim que nós vamos fazer — acrescentou Ednaldo Rodrigues.
Ednaldo Rodrigues usa renovação com a Nike como argumento
No fim do ano passado, a entidade renovou o contrato com a Nike, que vinha desde a segunda metade da década de 1990, até 2038. O novo acordo prevê pagamentos fixos anuais de US$ 100 milhões (cerca de R$ 580 milhões, na cotação atual), mais bônus, que podem elevar os ganhos à casa do R$ 1 bilhão.
É esse aumento que tem feito com que Ednaldo Rodrigues vá para a mesa de negociação com outras empresas exigindo acordos maiores para renovar o vínculo com as marcas.
— Nós não desprezamos aqueles que estiveram até então como patrocinadores. Mas o futebol cada vez mais precisa de investimentos, principalmente o futebol feminino. Às vezes as pessoas têm o futebol feminino como se fosse uma carga pesada, mas a CBF tem como um futebol de futuro, um futebol que temos que cada vez mais investir. Portanto, se há marcas que possam valorizar bem as mulheres, nós vamos nos associar a elas — disse o presidente da entidade.
— Não quer dizer que, se o contrato encerrou, automaticamente ele se renova. A gente vai buscar sempre o que for melhor para a instituição, e que isso esteja acompanhado de uma valorização também. Os contratos antigos já começaram pequenos em valores e ficaram defasados com o tempo.

Outro lado
Em nota ao Lance!, a Neoenergia declarou que o fim do acordo com a CBF foi motivado por uma decisão da empresa em investir em mais modalidades, e não apenas no futebol feminino.
"A Neoenergia passou a apoiar o Comitê Olímpico Brasileiro [sic] (COB) no ano passado. Isso levou a uma mudança de estratégia para o patrocínio ao esporte feminino de forma mais ampla, abraçando mais modalidades esportivas, o que também inclui a Seleção Olímpica Feminina de Futebol. A parceria com o COB beneficia um número maior de atletas e esportes", diz trecho do comunicado, que cita também investimentos em modalidades paralímpicas e em atletas de forma individual. "Hoje, a Neoenergia já apoia oito atletas brasileiras, que atuam como embaixadoras da marca."
Binance e Riachuelo também foram procuradas, mas não se posicionaram até a publicação deste texto.
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