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‘Só agora estou tendo a dimensão do meu feito’, diz Ana Sátila após medalhas inéditas na canoagem

Brasileira tornou-se a primeira atleta do Brasil a subir ao pódio em um Mundial de canoagem slalom e agora já faz planos para conseguir sua vaga em Tóquio-2020

Ana Sátila tornou-se a primeira brasileira a conquistar medalhas em um Mundial de canoagem slalom
imagem camera(Crédito: CBCa)
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Lance!
São Paulo
Dia 06/10/2017
12:42
Atualizado em 06/10/2017
13:33

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Há uma semana, a mineira Ana Sátila entrou para a história da canoagem slalom do Brasil. Durante o Campeonato Mundial da modalidade, que foi disputado na cidade francesa de Pau, ela tornou-se a primeira atleta do país a conquistar uma medalha na competição. A brasileira faturou o bronze na prova do C1 feminino, que fará sua estreia no programa olímpico no Jogos de Tóquio-2020. Dois dias depois, outro pódio: uma prata no K1 Extremo, que não é uma prova olímpica.

Foi uma volta por cima e tanto para Ana Sátila, que viveu uma grande frustração durante a Olimpíada Rio-2016. Cotada para brigar por medalhas, ela foi mal nas eliminatórias e nem chegou às semifinais. Pouco mais de um ano depois, a brasileira conseguiu entrar para a história da modalidade.

Em entrevista exclusiva ao LANCE!, Ana Sátila fala sobre a emoção da conquista das medalhas no Mundial da França, sobre a rotina de treinos e dos planos para conseguir sua vaga para a Olimpíada de Tóquio-2020.

LANCE! - já caiu para você a ficha do fato de ser a primeira atleta do Brasil a conquistar medalhas em um Mundial de canoagem slalom?
Ana Sátila​ - Agora que já estou em casa, me dei conta do quanto importante foi esse feito. Logo que terminei a competição, só pensava em comemorar e depois descansar porque estava exausta, mas agora já tenho ideia da dimensão que é ganhar medalha no mundial, ainda mais sendo a primeira para o meu País.

Quais foram as maiores dificuldades que você encontrou na prova do C1, que lhe deu a medalha de bronze? E para a prata no K1 Extremo, que ainda não é prova olímpica?
A C1 foi um desafio pessoal meu, comecei a levar a categoria mais a sério há pouco tempo, antes me dedicava mais ao K1, então, não estou acostumada com pistas muito difíceis como essa do Mundial, mas estava preparada fisicamente e mentalmente eu queria muito subir ao pódio, foi o que me ajudou. No K1 Extremo, existe muita estratégia de competição, a cada largada alguma coisa diferente acontecia e você tinha que estar preparado e se adaptar, é um desafio ter atletas brigando do seu lado mas estava sempre calma e tentando seguir as melhores linhas.

​Como foi superar a decepção pelo seu desempenho na Olimpíada Rio-2016 para buscar este resultado inédito?
A Olimpíada do Rio foi a minha maior experiência esportiva, tinha certeza que eu era capaz de fazer muito mais pelo meu esporte e meu esforço, apenas continuei seguindo em frente e lutando. Estar na água é tudo o que eu sei fazer e amo esse esporte cada dia mais. Esse amor me deu forças para continuar sem abaixar a cabeça.

Você foi uma das mais jovens atletas a disputar uma Olimpíada (15 anos, em Londres-2012). Como você vê sua evolução como atleta de lá para cá? Onde acha que melhorou e onde precisa ainda evoluir?
​Tive uma grande evolução depois de Londres 2012, com um dos melhores técnicos da modalidade e todo o apoio e incentivo dos meus patrocinadores e consegui boas condições de treinamento dentro e fora do País. Ainda preciso de muita experiência e continuar treinando ainda mais, porém estamos no caminho certo.

Como é sua rotina de treinamentos?
Minha casa, onde eu faço toda a preparação é em Foz do Iguaçu, no Canal Itaipu com meu técnico de C1, Cassio Ramom Petry, e de K1, Ricardo Martins Taques. A rotina é pesada, basicamente passo o dia inteiro voltada para o treinamento, desde estar na água, até o descanso que é essencial. Consigo descansar no domingo às vezes.

Conta atualmente com algum patrocínio pessoal? Tem apoio de alguma das bolsas do governo (Atleta e Pódio)?
Tenho patrocínio pessoal da Força Aérea Brasileira, Bolsa Pódio, Bolsa Top 2020 (Paraná) e os patrocinadores da Canoagem Brasileira BNDES, GE e Itaipu Binacional.

Passado o Mundial, você já tem definido o calendário de suas próximas competições?
Temos o Campeonato Brasileiro em Três Coroas (RS) no fim do mês, competições internacionais irei participar agora só em 2018.

Como avalia a dificuldade que será chegar classificada para a Olimpíada de Tóquio-2020?
Sempre é um desafio. Estou fazendo meu trabalho com bons resultados nos eventos internacionais. O maior desafio será conseguir classificação em duas categorias, já que a C1 também virou olímpica.

A crise financeira do país, que acaba afetando também os atletas, com a diminuição dos recursos para confederações em patrocínios estatais, pode atrapalhar a sua preparação neste ciclo olímpico?
Felizmente não sentimos efeitos de redução dos projetos, os patrocinadores da canoagem brasileira continuaram após os Jogos Olímpicos, espero que continuem até Tóquio.

Acredita que você possa ter para a canoagem slalom o mesmo papel de importância que o Isaquias Queiroz tem para a canoagem velocidade?
Acredito que a canoagem slalom tem importantes nomes e até 2020 vamos trazer muitos resultados não só meu como dos outros atletas.

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