O passado nos parece mais bonito quando o presente é de sucesso.

E não é que o líder do Campeonato Brasileiro está indo pro quarto treinador ao longo da temporada?

É isso mesmo. Aproveito este assunto para fazer uma provocação:

Temos uma tendência de contar uma história mais bonita do passado, quando alcançamos nossos objetivos. A lei da SAF 14.193 aprovada em agosto de 2021 chegou no mercado brasileiro como mais um remédio milagroso pra acabar com a volatilidade das gestões de futebol e com o turnover excessivo de treinadores, na busca de resultados positivos e duradouros.

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Porém, a prática disso tem nos mostrado, mais uma vez, o quão complexo é o ecossistema do futebol. Não estou aqui dizendo e muito menos julgando as demissões ou trocas forçadas de treinadores pelo Botafogo. Muito menos criticando a gestão do clube, que na minha opinião, se mostra coerente e positiva até o momento.

O que pretendo fazer é pegar este recorte para mostrar que as características marcantes de um mercado não são transformadas da noite para o dia. Uma transformação profunda em uma cultura é um processo lento, gradual e que necessita de muita consistência; mas sempre dependerá das pessoas envolvidas na gestão, da aleatoriedade dos resultados e da governança de cada clube.

Uma cultura não morre. Ela é enterrada viva.

Sigo acreditando na gestão e na educação como os únicos caminhos para a mudança e crescimento do nosso futebol.

Mas é imperativo frisar: uma boa dose de paciência e resiliência serão muito necessárias para suportarmos a longa caminhada que se desenha pela frente no futebol brasileiro.

* Este texto é de inteira responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Lance!

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Felipe Ximenes é colunista do Lance! Biz (Arte Lance!)