O CIES Football Observatory (Observatório de Futebol do Centro Internacional de Estudos de Esporte) publicou, nesta semana, um relatório sobre a política de contratações dos clubes europeus na última década. De acordo com o estudo, o Real Madrid foi o time que mais apostou na juventude na hora de se reforçar.

O CIES Football Observatory analisou, ao todo, 3,788 contratações realizadas pelos 50 clubes que sempre estiveram na primeira divisão das cinco principais ligas (Alemanha, Espanha, França, Inglaterra e Itália), desde a temporada 2013/14.

Jogadores das categorias de base ou contratados sem experiência prévia como profissional não foram incluídos na análise. Vale destacar também que o estudo inclui tanto os jogadores contratados em definitivo quanto por empréstimo.

Real Madrid aposta na juventude

No período, o Real Madrid contratou 43 jogadores, com uma média de idade foi de 22,87 anos. A grande maioria (81,4%) tinha menos de 25 anos no momento da contratação. O clube foi o único que não contratou nenhum atleta com mais de 30 anos na última década.

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O Real Madrid, inclusive, colheu os frutos da aposta em jovens com potencial. A política adotada influenciou nas contratações de Vinicius Júnior, Rodrygo, Valverde e Camavinga, por exemplo. Todos tiveram participações importantes na conquista da última edição da Champions League.

Borussia Monchengladbach (23,36), Borussia Dortmund (23,57), Lille (23,73) e Nice (23,88) completam o top-5 de clubes com menor média de idade na hora de se reforçar.

Vini Jr é exemplo da política de contratações do Real Madrid (THOMAS COEX / AFP)

Chelsea aposta na experiência

Em contrapartida, o Chelsea foi o time com a maior média de idade nas contratações da última década. O clube londrino apostou mais em jogadores acima de 25 anos (50,8%) e os 59 reforços do período apresentam uma média de 26,71 anos. 

A política de transferências oposta ao Real Madrid também rendeu frutos ao Chelsea. Um exemplo é o de Thiago Silva, que chegou ao clube aos 35 anos e foi titular na campanha do título da Champions League em 2020/21.

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Além do Chelsea, outros seis clubes europeus tiveram média de idade superior a 26 anos na hora de se reforçar. Foram eles: Inter de Milão (26,44) West Ham (26,41), Manchester United (26,17), Milan (26,14) Atlético de Madrid (26,04) e Fiorentina (26,03).

Thiago Silva chegou aos 35 anos no Chelsea (GIUSEPPE CACACE / AFP)

Diferença de política entre os países

O estudo também apontou que a grande maioria dos elencos das equipes das cinco principais ligas é composta por jogadores contratados de outros clubes (85,9%). Atualmente, os clubes têm apenas 326 jogadores das suas categorias de base (média de 3,3 por clube). 

Em termos de idade na contratações de jogadores, a análise revela a existência de casos específicos. De um lado, os clubes alemães destacam-se pela tendência a recrutar jovens (24,4 anos em média).

Do outro, as equipes espanholas estão mais propensas a dar oportunidades a talentos das suas próprias categorias de bases e, quando precisam, contratam jogadores mais experientes (média de 25,7 anos). O caso do Real Madrid vai contra a tendência geral da La Liga.