Um dos líderes do projeto da Superliga Europeia, Andrea Agnelli voltou a defender a criação do torneio alternativo. Em entrevista ao jornal holandês ‘The Telegraaf’, o ex-presidente da Juventus criticou o 'monopólio da Uefa' e garantiu que a liga daria uma maior estabilidade financeira para clubes europeus.

- O monopólio da Uefa deve ser quebrado para dar aos clubes um futuro financeiramente estável. Um futuro em que os clubes não sejam prejudicados se não conseguirem se classificar uma vez para as competições europeias. Isso é um problema para qualquer clube. Com tanta incerteza, não é possível como clube tomar decisões sustentáveis ​​e sólidas a longo prazo. É por isso que sou a favor de um sistema de ligas no futebol europeu de topo, com mais oportunidades financeiras e desportivas para cada clube - explicou Agnelli.

O projeto da Superliga Europeia teve início em abril de 2021, quando doze grandes clubes do continente resolveram lançar uma competição em oposição à Champions League da Uefa. Em 48 horas, no entanto, seis ingleses - Manchester City, Manchester United, Liverpool, Arsenal, Tottenham e Chelsea – desistiram após uma enxurrada de críticas.

O torneio foi suspenso e o projeto passou a ser remodelado. Agora, os organizadores preveem uma competição aberta, com várias divisões, composta por 60 a 80 equipes, com sistema de acesso e rebaixamento. De acordo com Agnelli, além da falta de estabilidade financeira, a previsibilidade é um dos problemas atuais do futebol europeu.

- Em muitas competições, nacionais e internacionais, os vencedores são conhecidos antecipadamente. Principalmente pela receita que os clubes obtêm com o mercado interno. A Inglaterra lidera neste quesito e você pode ver como a Premier League é generosamente representada nas fases finais dos torneios continentais. Em uma competição esportiva é importante que todos os participantes tenham a chance de vencer. Como fã de futebol, apoio fortemente essa competição internacional. Se tudo continuar tão previsível como está neste momento, o público vai se afastar do futebol - disse Agnelli, antes de completar:

- Os maiores mercados têm o maior número de vagas para a Liga dos Campeões e, portanto, maiores receitas. Assim, se o sistema atual for mantido, a diferença entre os clubes ingleses e espanhóis e os demais só aumentará. Exceto, provavelmente, para PSG e Bayern de Munique. Em vez disso, devemos almejar uma maior democracia esportiva.

Andrea Agnelli é ex-presidente da Juventus (Foto: AFP)