A aposta dos clubes brasileiros em fan tokens e NFTs é cada vez maior. Ao todo, já são 52 contratos entre entidades esportivas, incluindo os clubes das séries A e B, e empresas da “criptoeconomia".  A informação é do levantamento realizado em conjunto pelo escritório Marcello Macêdo Advogados e a Win The Game.

O estudo inédito (“Mapeamento dos contratos entre entidades esportivas e empresas cripto no Brasil”) também informa que a capitalização de mercado atual dos fan tokens já soma R$ 2,2 bilhões.

Entre os 20 clubes da série A do Campeonato Brasileiro, 14 já têm contratos ligados a NFTs, fan tokens ou fantasy games. O número representa 66,6% da elite nacional. Os únicos fora deste mercado são Athletico-PR, Botafogo, Cuiabá, Goiás, Juventude e RB Bragantino.

Cinco clubes da Série A, inclusive, têm três tipos de contrato com o mercado dos criptoativos (NFTs, fan tokens ou fantasy games). São eles: Atlético-MG, Ceará, Corinthians, Flamengo e Santos.

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Na série B, cinco dos 20 clubes aderiram à tendência e têm pelo menos um contrato ligado ao mercado cripto: Bahia, Chapecoense, Cruzeiro, Sport e Vasco da Gama.

Instituições históricas e consolidadas no esporte brasileiro, como a CBF (Confederação Brasileira de Futebol), o Maracanã e NBB (Novo Basquete Brasil), também investiram no mercado de NFTs.

14 clubes da Série A têm contratos empresas da criptoeconomia (Foto: Divulgação/Pay Sports)

Especialista alerta para necessidade de regulação

Para o advogado Guilherme Macêdo, esse mercado é muito promissor entre os brasileiros e tende a crescer para outros esportes, como vôlei, basquete e Fórmula-1. O especialista alerta, no entanto, que é fundamental a transparência nesse mercado, para garantir a segurança tanto dos clubes quanto dos torcedores.

- Ajustes regulatórios são necessários, de modo a clarificar para todos os participantes quais são as regras do jogo, bem como expor a estes atores quais são os riscos e benefícios envolvidos a partir da compra do criptoativo, proporcionando maior segurança jurídica à operação, sem exclusão das campanhas educativas, cuja efetivação é medida obrigatória - explicou o advogado.

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Apesar da popularidade crescente, não há, por enquanto, regulação dos criptoativos propriamente no país, mas existe uma iminente possibilidade de regulamentação do mercado de negociação desses ativos. O PL 4.401/21, que atualmente está em trâmite no Congresso Nacional, disciplina o funcionamento desse mercado e o das exchanges, que são as corretoras dos criptoativos.

- Apesar de o Direito não conseguir acompanhar as inovações e os avanços da sociedade na mesma velocidade, é imperioso o amadurecimento desse mercado, que vem sendo autorregulamentado voluntariamente pelos seus players enquanto não advém a necessária regulamentação - finalizou Macêdo.