O Atlético-MG está implementando uma sala sensorial para autistas na Arena MRV. O projeto é uma parceria do Galo com a Clínica Florescer e tem o objetivo de oferecer um espaço que atenda todas as necessidades dos torcedores diagnosticados com o TEA (Transtorno do Espectro Autista). O local deve ficar pronto no primeiro semestre de 2025.

A criação de locais adaptados para pessoas com autismo nos estádios do futebol brasileiro se tornou uma tendência nos últimos anos, numa tentativa dos clubes de tornarem o esporte mais inclusivo.

- Estádios de futebol são ambientes bastante desafiadores para autistas devido ao excesso de estímulos. Tornar esse ambiente adaptado e acolhedor, viabilizando o acesso efetivo, faz com que o futebol seja verdadeiramente inclusivo - explica Vanessa Lobato, proprietária da Clínica Florescer.

O primeiro clube a oferecer esse tipo de espaço em seu estádio foi o Coritiba. Sala de Acomodação Sensorial foi inaugurada em novembro de 2022.

- O tratamento acústico das paredes e do teto foi feito para diminuir o nível de barulho do estádio ao máximo e o mobiliário foi pensado para garantir a melhor experiência para os autistas. Por conta do pioneirismo que tivemos no Brasil, conseguimos promover a inclusão no Couto Pereira e atender os torcedores da comunidade - relata Henrique Aguiar, gerente de negócios do Coxa.

Em São Paulo

Sala Sensorial no Allianz Parque (Foto: Divulgação/Palmeiras)

Na capital paulista, Palmeiras, Corinthians e São Paulo contam com espaços adequados para os autistas em seus respectivos estádios.

O Verdão, por exemplo, inaugurou neste ano uma sala sensorial no Allianz Parque, para acolher palmeirenses portadores do TEA.

O local apresenta equipamentos adaptados e profissionais capacitados para auxiliar os fãs. A sala também recebe pessoas com TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade), TDL (Transtorno do Desenvolvimento de Linguagem) e Síndrome de Down. Segundo o clube, o espaço foi projetado com tratamento acústico, o que reduz o som externo em 40 decibéis.

No Morumbi, o espaço separado a esses torcedores é chamado de Sala TEA +.

No centro-oeste

O primeiro clube da região que desenvolveu um espaço específico para esse público foi o Goiás. Inaugurado em abril de 2023, no Estádio Hailé Pinheiro (mais conhecido como Estádio da Serrinha), o camarote conta com brinquedos, puffs, TV, videogame, além de uma bela vista do campo, tornando o espaço agradável para os torcedores e seus acompanhantes.

- O Goiás preza muito pelo oferecimento de uma experiência confortável e adequada para todos os torcedores esmeraldinos. No Estádio Hailé Pinheiro, disponibilizamos um camarote adaptado para o público autista. Além disso, realizamos ações que contribuem para a conscientização da causa - diz Jessica Rezende, diretora de marketing do Goiás.

Rival de Minas também tem espaço inclusivo

O Mineirão, estádio utilizado pelo Cruzeiro para mandar seus jogos em Belo Horizonte, também possui uma Sala Sensorial para receber seus torcedores. O Camarote TEA (Transtorno do Espectro Autista) possui capacidade para 14 pessoas, entre autistas e acompanhantes, e fica no setor Leste Vermelho do estádio.

No sul do país

O Internacional possui a Sala Colorada Inclusiva, que fica localizada na Tribuna Norte do Beira-Rio. O espaço conta com 16 lugares e é equipado com abafadores de ruídos, acessibilidade completa e equipe especializada.

Sala Colorada Inclusiva (Foto: Divulgação/Internacional)

Ainda no Rio Grande do Sul, o Juventude oferece camarotes exclusivos para as famílias que possuem membros com autismo e entrega de fones redutores de ruído.