As negociações pelo futuro do futebol brasileiro estão divididas em dois grupos: a Liga do Futebol Brasileiro (Libra) e a Liga Forte Futebol do Brasil (LFF).

Os dois lados tinham como objetivo a criação de uma liga única para organizar as Séries A e B do Brasileirão, mas ainda apresentam divergências e caminham para a formação de dois blocos comerciais. Abaixo, o Lance! detalha os clubes presentes em cada grupo e explica os motivos da divisão atual do futebol brasileiro.

DIVISÃO ENTRE OS BLOCOS 

Liga do Futebol Brasileiro (Libra) foi fundada em maio de 2022 por sete clubes: Bragantino, Cruzeiro, Corinthians, Flamengo, Palmeiras, Santos e São Paulo.

O bloco teve adesões e saídas nos últimos meses e conta atualmente com 16 equipes. O último a aderir foi o Atlético-MG, que tomou a decisão após pressão do banco BTG - leia mais aqui.

Eles não formam maioria entre os times de Série A e B, mas estão na frente no poderio econômico e na concentração de torcida.

Clubes da Libra (16): Atlético-MG, Bahia, Corinthians, Flamengo, Grêmio, Guarani, Ituano, Mirassol, Novorizontino, Palmeiras, Ponte Preta, Red Bull Bragantino, Sampaio Corrêa, Santos, São Paulo e Vitória.

A Liga Forte Futebol do Brasil (LFF) surgiu pela divergência de alguns clubes com propostas da Libra e, apesar do menor poderio econômico, teve uma vitória recente: Cruzeiro, Vasco e Botafogo deixaram o "bloco rival" e formaram o Grupo União ao lado do Coritiba.

Apesar da nomenclatura diferente, esses quatro clubes do Grupo União vão compor o mesmo bloco comercial do restante do Forte Futebol no momento da negociação dos direitos.

Clubes da LFF (24): ABC, Athletico-PR, América-MG, Atlético-GO, Avaí, Brusque*, Chapecoense, Ceará, Criciúma, CRB, CSA*, Cuiabá, Figueirense, Fluminense, Fortaleza, Goiás, Internacional, Juventude, Londrina, Náutico*, Operário*, Sport, Tombense e Vila Nova.

Clubes do Grupo União (4): Botafogo, Coritiba, Cruzeiro e Vasco.

Liga Forte Futebol tem 26 clubes (Foto: Divulgação)

E A LIGA?

A formação de dois (ou três) blocos comerciais afasta a possibilidade da criação da liga única neste primeiro momento. O foco de cada grupo atualmente é levar os respectivos pacotes ao mercado e buscar valorizar os direitos de transmissão em uma negociação "semi-centralizada".

Sem dúvidas, é um avanço em relação ao cenário atual, em que cada clube negocia individualmente. No entanto, há o entendimento unânime de que a formação da liga e a venda centralizada de todos os times poderiam trazer uma valorização maior ao produto "Brasileirão".

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Além da venda centralizada dos direitos de TV e outras propriedades, a liga seria responsável por organizar o campeonato e seu calendário, cuidar de arbitragem e eventualmente até criar um sistema de fair play financeiro, para manter a saúde financeira das agremiações.

É possível que os blocos negociem os direitos de forma separada nos próximos meses e depois se unam para a formação da liga? Sim, mas é improvável. Além do acordo entre os clubes, este cenário dependeria de um entendimento entre os investidores de cada lado.