Um dos fundadores da Liga Forte Futebol (LFF), o Atlético-MG anunciou, nesta semana, a adesão à Liga do Futebol Brasileiro (Libra). A mudança já era esperada internamente por ambos os lados, mas repercutiu nos bastidores.

Na visão dos clubes do Forte Futebol, a troca do Galo é resultado de uma pressão externa e coloca o clube em uma contradição. Abaixo, o Lance! apresenta mais detalhes.

+ Atlético-MG assina com a Libra e deixa o Forte Futebol após pressão nos bastidores

Pressão externa e contradição

> O primeiro ponto tem relação com o banco BTG. Apesar de a diretoria atleticana não admitir, há um consenso dentro da LFF de que o clube trocou de lado por influência da empresa.

> Cabe destacar que, além de ter cerca de R$ 168 milhões a receber do Galo, o BTG também alinhou uma parceria financeira com o comando do Atlético-MG na futura SAF do clube.

> Outro ponto debatido internamente é que o Galo se coloca em uma posição contraditória. Publicamente, o presidente Sérgio Coelho chegou a criticar a Libra por causa dos privilégios oferecidos a Flamengo/Corinthians e defendia o modelo da LFF como o mais benéfico para um Brasileirão equilibrado.

> Os remanescentes no Forte Futebol também apontam que a diferença das receitas entre Atlético e Flamengo será maior com a mudança.

Mecenas do Atlético-MG tiveram peso na decisão (Foto: Pedro Souza/Atlético-MG)

Diferença de propostas

> Na Libra, os clubes podem escolher entre: (1) manter 100% das receitas comerciais ou (2) vender 12,5% dos direitos para o Mubadala Capital, fundo de investimento ligado ao governo dos Emirados Árabes e investidor do bloco. Caso opte por antecipar receitas, os 12,5% do Galo valem R$ 99 milhões à vista.

> No Forte Futebol, a proposta dos investidores Serengeti e Life Capital Partners (LCP) era de comprar 20% dos direitos de todos os times por 50 anos (2025 a 2074). Caso assinasse com o bloco, o Atlético receberia R$ 217 milhões, parcelados em três parcelas.

Como o Atlético-MG tomou a decisão?

> Como de costume na atual gestão do Atlético, a decisão de trocar de bloco saiu após debate do colegiado. Além do presidente Sérgio Coelho, fazem parte do grupo os quatro mecenas do Galo - Rubens Menin, Ricardo Guimarães, Renato Salvador e Rafael Menin -, o vice-presidente José Murilo Procópio e o CEO Bruno Muzzi.