O Palmeiras já é o virtual campeão do Brasileirão 2023, mas outros dois clubes chegam à rodada final com chances matemáticas de título: Atlético-MG e Flamengo. Além do topo da tabela, o trio aparece entre as maiores folhas salariais do futebol brasileiro.
Não se trata de uma coinciência. Em campeonatos de pontos corridos, nos quais a regularidade é premiada, os times mais caros costumam ser os mais vitoriosos. Essa correlação entre dinheiro e resultado esportivo não é algo recente e nem uma exclusividade do Brasil.
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Existe uma lógica por trás. Afinal, melhores jogadores ganham mais. Portanto, é de se esperar que maiores despesas com salários possibilitem resultados melhores em campo.
Esta conexão é explicada e comprovada com dados no livro Soccernomics, de Simon Kuper e Stefan Szymanski, publicado pela primeira vez em 2009. Apesar de exceções existirem, estudos de economistas especializados no esporte confirmaram a tese nos últimos anos.
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No outro extremo da tabela, a relação dinheiro-resultado persiste. Os três clubes rebaixados para a Série B de forma antecipada - América-MG, Coritiba e Goiás - também estão entre os que menos gastam com salários de jogadores.
Opinião de especialistas ao Lance! Biz:
Qual é a folha salarial de Flamengo, Palmeiras e Atlético-MG?
Os valores exatos das folhas salariais não são públicos, mas é possível ter uma ideia ao analisar os últimos balancetes financeiros dos clubes.
Entre julho e setembro, por exemplo, o Flamengo teve uma despesa mensal de cerca de R$ 40 milhões com "salários, encargos, benefícios e direitos de imagem a funcionários". Este valor inclui todas as atividades sociais e esportivas - e não apenas o futebol profissional.
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Dono da segunda maior folha, o Palmeiras divulga os balancetes a cada mês. Em outubro, o Verdão teve gastos superiores a R$ 28 milhões com salários e direitos de imagem do futebol profissional. Somando outras atividades sociais e esportivas, o valor se aproxima a R$ 31 milhões.
O Atlético-MG é o único do trio que não publica balancetes durante o ano. Em 2022, o clube teve um gasto total de R$ 277 milhões com salários, encargos, direitos de imagem e de arena - o que dava algo em torno de R$ 21 milhões por mês. Foi a quarta folha mais cara do ano passado.
Saídas de atletas e movimentações no elenco, no entanto, fizeram a folha salarial atleticana diminuir em 2023. O orçamento deste ano, por exemplo, prevê um gasto de R$ 212 milhões com salários e direitos de imagem - uma média de R$ 16 milhões por mês.
Método para medir a eficiência dos clubes
A ponderação entre custos e desempenho esportivo indica quem fez melhores ou piores trabalhos no departamento de futebol. Alguns clubes se destacam ao conseguir mais resultados com menos dinheiro. Outros conseguem pouco, embora tenham condições financeiras de ir além.
Para ter noção completa da eficiência dos clubes, é preciso aguardar os balanços financeiros de 2023 - que serão divulgados no primeiro semestre do próximo ano. Neste documento, cada clube informa o valor desembolsado com o departamento de futebol profissional.
No Brasileirão, dinheiro é capaz de pagar salários altos e comprar a felicidade (Fotos: Divulgação)