Diniz gosta muito de futebol, mas é apaixonado por gente.

Começa hoje, às 21h45, a era Diniz à frente do comando da Seleção Brasileira. 

Começarão também a frieza e obviedade dos números, estatísticas, análises e perguntas.

Quantas vitórias terá? Conseguirá implantar seu modelo de jogo? Quanto tempo irá durar à frente da seleção? Será promovido de interino a efetivo? Levará a seleção à Copa?

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Porém, para entender mais sobre a gestão de Fernando Diniz à frente da camisa amarela mais famosa do mundo, será preciso ir além do óbvio.

O diferencial está na parte tática? Acredite, ela é importante demais.

Mas é um jogo posicional ou funcional? 

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Apesar de ambos os estilos guardarem estreita relação com a posse de bola, a manuseiam de forma muito distinta. O primeiro respeita os espaços para, a partir da ordem, alimentar a espontaneidade. O segundo, diferentemente, faz a gestão do tempo antes do espaço, aproximando jogadores sem nenhuma questão de simetria entre as posições.

Diniz é adepto ao sistema funcional de construção do seu jogo, partindo desde o primeiro terço do campo.

Fernando Diniz vai comandar a Seleção Brasileira até 2024 (Foto: Thais Magalhães/CBF)


Mas você não encontrará aí a diferença no trabalho do Diniz. O trabalho dele é sobre crença, sobre acreditar nas relações, sobre entregar 100% da sua confiança a um projeto, é sobre deixar o máximo que você puder dentro do campo. É sobre persuadir o seu atleta a acreditar que ele é capaz, a não ter compromisso com o erro.

Seguirá ganhando e perdendo, como qualquer outro que trabalha no desporto de alto rendimento. Mas passe a observar por este outro lado. Você poderá encontrar o que difere o trabalho do treinador Fernando Diniz, da maneira como conduzem outros profissionais.

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E muita atenção: o primeiro sinal da sua diferença já foi mandado pelo principal jogador e capitão da seleção. Neymar disse ontem, em sua coletiva, que jamais tinha visto nada parecido em toda sua vida profissional: "Mentalidade diferente de todos que já tive".

Estou muito curioso. E você?

* Este texto é de inteira responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Lance!

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