Presidente da CBBoxe destrincha calendário de competições e revela planos para Brasil receber eventos internacionais
Presidente da Confederação Brasileira de Boxe exalta desempenho da seleção nos Jogos Olímpicos de Tóquio, revela que trabalho já iniciou para os próximos ciclos olímpicos e revela intenção do país sediar competições internacionais da nobre arte
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Para chegar aos bons resultados em competições de grande porte, como Mundial e Olimpíadas, a Confederação Brasileira de Boxe, já há alguns anos, realiza um consistente trabalho de planejamento, que envolve os atletas que fazem parte da equipe permanente e a nova geração, com os jovens que ainda integram as “divisões de base” e, nos próximos anos, vão representar o Boxe brasileiro nas principais competições da modalidade.
Ciente de todos os bastidores e trabalhando de forma constante para elevar ainda mais o nível do Boxe brasileiro, Marcos Cândido de Brito, presidente da Confederação, deu maiores detalhes sobre o calendário da CBBoxe para 2021 e também para o próximo ano, revelando que uma das metas é promover eventos internacionais no Brasil.
- Para 2021, o calendário foi e tem sido uma loucura. Nosso calendário fica incerto, até mesmo por conta da agenda no exterior. Para se ter uma ideia, a gente vai ter os Jogos Pan-Americanos juvenis, com atletas indo para a Colômbia, teremos o Mundial Elite masculino, na Sérvia, e já anunciaram o Mundial feminino. No meio disso, temos que encaixar todos os nossos campeonatos brasileiros que ainda não foram realizados: cadete masculino e feminino, juvenil e elite. Vamos fazer o juvenil na primeira semana de novembro e o elite na primeira semana de dezembro. Em seguida do nosso Brasileiro juvenil, nossa seleção vai disputar o Pan-Americano da categoria lá na Colômbia
2022 tem um calendário extenso de programação para o juvenil. Temos buscado uma fórmula de fazer um aproveitamento maior dos atletas dessa categoria, preparar uma seleção forte, para poder participar de todos os torneios possíveis. Nosso planejamento envolve, a partir de 2022, a promoção de eventos internacionais dentro do Brasil, eventos de nível internacional mesmo. Já estamos organizando um, possivelmente, para junho, que vai envolver quatro países. No segundo semestre, vamos promover desafios internacionais, no sentido de colocar o Brasil como evidência também como organizador de competições - revelou o presidente.
Ao longo dos últimos anos, o Boxe brasileiro vem acumulando resultados importantes nas mais diversas competições do calendário esportivo, mas pode-se dizer que o “prato principal” foi o desempenho histórico nos Jogos Olímpicos de Tóquio. A nobre arte foi a modalidade mais vencedora do Brasil nas Olimpíadas de 2020, que foram realizadas este ano por conta da pandemia da Covid-19, com o ouro de Hebert Conceição, a prata de Beatriz Ferreira e o bronze de Abner Teixeira.
As três medalhas conquistadas superaram a marca dos Jogos de Londres, em 2012, e mostraram que o país, de fato, atravessa uma grande fase na nobre arte. Os resultados expressivos exaltam a qualidade dos atletas e de toda a comissão técnica, mas evidenciam também o trabalho de gestão realizado pela Confederação Brasileira de Boxe. Marcos Cândido é um dos grandes responsáveis pelo sucesso da equipe e destacou todo o trabalho que foi realizado durante o ciclo olímpico para Tóquio 2020.
- O resultado obtido em Tóquio foi fantástico, um marco histórico, mas não foi inesperado. A gente trabalhou justamente para chegar nesse patamar. A expectativa era de conquistar três medalhas, talvez não nessa proporção que ocorreu, mas foi o planejado. Claro que a gente, na preparação, não joga isso nas costas do atleta para não se tornar um peso desnecessário, mas a gente conhece o potencial de cada um dentro da equipe. A estratégia de trabalho, atualmente, está muito bem organizada, em todos os sentidos, técnico, tático, físico… A gente vem trabalhando os atletas desde o começo do ciclo, para que eles cheguem nas principais competições no auge. O fato da gente implementar a seleção olímpica permanente, com treinamentos constantes, viagens e participação frequentes em campeonatos internacionais. Isso tem elevado o nível de competitividade da nossa seleção. Hoje, os atletas fazem mais de 15 viagens internacionais por ano em competições de alta exigência. Então, quando eles chegam nos grandes enfrentamentos, como Jogos Olímpicos e Mundiais, eles já conhecem seus adversários, já têm uma familiaridade com o estilo de luta, e assim vai. A gente também conta com outras inovações tecnológicas. Nossos treinadores, por exemplo, assistiram mais de 36 horas de vídeo durante as Olimpíadas para avaliação e análise completa de cada adversário que nossos atletas teriam pela frente. Estamos utilizando todas as ferramentas possíveis para obter os melhores resultados - disse Marcos, que prosseguiu.
- O primordial (para o desempenho de destaque em Tóquio 2020) foi o planejamento do trabalho, e isso engloba tudo. Desde a preparação física, técnica, tática, além do acompanhamento psicológico, médico, avaliações fisiológicas… Até apoio pessoal a gente dá para a equipe como um todo. Às vezes, para ajudar num eventual contrato que eles estão fazendo, para dar segurança para eles poderem se dedicar exclusivamente ao esporte, a gente tenta dar suportes que normalmente não se atribuem às federações. Somos uma verdadeira família, e como toda família, temos altos e baixos, mas sempre procuramos contornar da melhor forma -.
Por fim, Marcos Cândido de Brito adiantou que o planejamento já está sendo realizado para as próximas edições dos Jogos Olímpicos, em 2024 (Paris, na França), e em 2028 (Los Angeles, nos Estados Unidos). Ciente do grande desafio que terá pela frente na tentativa de igualar o feito atingido em Tóquio 2020, o presidente ressaltou que a intenção é manter o planejamento e consolidar ainda mais toda a equipe que está por trás dos resultados expressivos dos últimos anos.
- Já estamos trabalhando para os Jogos de 2024 e 2028. Estrategicamente, o que consideramos mais importante no momento é manter o tipo de planejamento que fizemos para Tóquio, e isso envolve também a manutenção da equipe que já existe. Deixo claro, inclusive, que a equipe não são os sete atletas que foram para Tóquio, mas sim 36 atletas, e todos em excelentes condições. Há, sim, uma busca ampla de preparação da equipe como um todo, visando colocar ainda mais categorias com representantes brasileiros. Em Tóquio, levamos sete atletas e cinco disputaram medalha, então isso mostra a eficiência do trabalho. Nossa equipe é forte como um todo e esse é o perfil que a gente quer seguir trabalhando para manter os bons resultados em 2024 e 2028. Tenho certeza que vamos chegar fortes novamente, nossa equipe já está trabalhando nisso. A gente já conseguiu a manutenção do nosso headcoach, que recebeu vários convites do exterior, mas nós conseguimos mantê-lo. Ele é uma peça fundamental na parte estratégica e na configuração de planejamento e organização. Creio que, em termos amplos, essa é a visão que queremos para os próximos anos - concluiu.
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