Dupla de bronze nos saltos ornamentais quebra jejum mesmo com treino à distância
Isaac Souza vive no Rio de Janeiro e Kawan Pereira em Brasília. Mundial em Gwangju foi o maior período em que puderam ficar juntos
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O Brasil quebrou um jejum nos saltos ornamentais que já durava oito anos, com a conquista da medalha de bronze na plataforma sincronizada 10m dos saltos ornamentais. A dupla formada por Isaac Souza e Kawan Pereira ficou em terceiro lugar na prova disputada nesta sexta-feira pelos Jogos Pan-Americanos de Lima, no centro aquático do Complexo de Videna.
A última vez que o Brasil conquistou uma medalha na modalidade em um Pan foi em 2011, na edição realizada em Guadalajara (MEX), com Cesar Castro no trampolim de 3 metros. E durante vários momentos na prova, os brasileiros chegaram a flertar com uma posição ainda melhor no pódio, tendo ficado em alguns momentos na liderança da prova.
No final, os brasileiros somaram um total de 375,81 pontos, sendo superados pelos mexicanos Ivan Garcia Navarro e Kevin Berlin Reyes (ouro com 431,10) e pelos canadenses Vincent Riendeau e Nathan Zsombor-Murray (prata com 396,12).
O que deixou a conquista brasileira mais peculiar foi o fato de que uma dupla que compete em uma prova de salto sincronizado tem que treinar separada.
Isaac, de 20 anos, vive no Rio de Janeiro, enquanto Kawan, de 17, mora em Brasília. Ambos estão conscientes de que a situação está longe de ser a ideal para quem disputa a prova de saltos sincronizados.
- Eu fico treinando em Brasília, enquanto o Isaac faz o mesmo no Rio. Aí, ele vai umas três vezes por ano para Brasília para que a gente possa treinar. Não é a melhor situação do mundo, mas é o que temos no momento - reconhece Kawan, que ainda cursa o ensino médio. Isaac está cursando faculdade de engenharia da computação.
Como forma de tentar diminuir a deficiência da falta destes treinos lado a lado, os treinadores dos dois saltadores estão permanentemente em contato.
- Eles conversam e montam nossos treinos, um pensando no outro. Tem que ter muita criatividade, mas sabe como é brasileiro - brincou Kawan.
Para Isaac, alguns fatores físicos de ambos acabam compensando estes obstáculos.
- A nossa compatibilidade de altura, peso e força, ajudam bastante. Somos praticamente similares. Existem muitas duplas em que um saltador é muito mais alto ou pesado do que outro. Isso não é um problema para a gente.
A dupla também foi formada há pouco tempo. Tanto que o Pan-Americano de Lima foi apenas a quarta competição em que eles estiveram juntos. Mas o bronze em Lima não foi o primeiro grande resultado Isaac e Kawan. No recém-encerrado Mundial de esportes aquáticos, realizado em Gwangju, na Coreia do Sul, quando foram à final e terminaram na 12ª colocação. Foram a primeira dupla brasileira a avançar a uma final da plataforma 10 m sincronizada em um Mundial. Não por acaso, foi um dos maiores períodos em que estiveram juntos.
- Acho que treinamos cerca de duas semanas, nunca tivemos tudo isso - afirmou Isaac.
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Atleta mais velha da equipe brasileira de saltos ornamentais, Juliana Veloso, de 38 anos, despediu-se dos Jogos Pan-Americanos de Lima nesta sexta-feira, na prova do trampolim de 1m. Ficou bem distante do pódio, tendo terminado em 9º lugar entre 12 participantes, com a pontuação final de 241,30. Ficou atrás da compatriota Luana Moreira, que acabou em sétimo (253,55 pontos). As duas disputaram juntas o trampolim sincronizado 3 m, tendo ficado em sexto e último lugar.
O desempenho modesto está longe de preocupar a saltadora brasileira, que em Lima completou sua sexta participação em Jogos Pan-Americanos. Esteve em todas as edições da competição desde Winnipeg-1999, ano de sua estreia. Tem guardadas em casa três medalhas, duas de Santo Domingo-2003 – prata no trampolim 3 m e bronze na plataforma 10 m – e uma na Rio-2007, quando levou um bronze na plataforma.
- Para ser muito sincera, eu nem esperava estar aqui ou ter disputado o Mundial da Coreia. Meu objetivo são os Jogos Mundiais Militares, que serão realizados em outubro. Nem me passava estar participando de outro Pan a esta altura da minha carreira - diz Juliana, que vive na Florida (EUA) e assegura ter se divertido muito competindo em Lima.
- Curti demais este momento. Adorei o meu desempenho. Não errei e nem fiz nada de excepcional, quer dizer, talvez para outras pessoas não tenha sido nada excepcional. Mas para mim foi. Meu último salto nesta prova, mesmo quando treinava mais intensamente, nunca foi bom. Aqui consegui acertar. Fiquei bem feliz e fiz meus saltos da melhor maneira que tinha que fazer naquele momento - disse Juliana, que também não cravou que tenha sido essa sua despedida em Jogos Pan-Americanos.
- Não faço planos a longo prazo.
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