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Ex-lateral Cicinho avalia carreira e diz que ‘não se cuidou’ como profissional

Hoje comentarista, ele é embaixador do "Campeões da Rua Catar", torneio de futebol de rua

Cicinho
imagem cameraCicinho concedeu entrevista ao LANCE! (Foto: Fellipe Lucena)
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Lance!
São Paulo (SP)
Dia 23/11/2022
23:12
Atualizado em 29/11/2022
22:30

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Cicinho foi campeão do Mundial de Clubes e da Libertadores pelo São Paulo, venceu o Campeonato Espanhol quando jogou no Real Madrid e vestiu a camisa da Seleção Brasileira. Uma carreira invejável. Porém, segundo o que próprio ex-lateral revelou ao LANCE!, poderia ter ido mais longe no futebol se tivesse mais profissionalismo.

A entrevista aconteceu durante o evento "Campeões da Rua Catar", realizado pela Pepsi. A marca de refrigerantes revitalizou a Rua Catar, localizada na Cidade Tiradentes, zona leste de São Paulo, e o ex-jogador foi um dos embaixadores da campanha, que promoveu torneio de futebol de rua com moradores da comunidade.

- A minha pior jogada foi a minha falta de profissionalismo. Eu poderia ter ido muito mais longe. O futebol sempre me deu prazer, mas boa parte da minha vida perdi esse prazer. Então, a pior jogada foi fora de campo, não me cuidando como atleta profissional. E isso é o que eu passo no meu centro de treinamento, onde eu trabalho com crianças de 4 a 17 ano. O que eu mais falo com eles é isso: profissionalismo. É você se dedicar porque toda profissão tem seus princípios, e o futebol é uma delas - afirmou.

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Cicinho destacou a importância do futebol de rua e ampliação de oportunidades nas comunidades.

- Sou uma transformação pelo esporte. Venho de família extremamente humilde. A cidade em que nasci (Pradópolis) tem 10 mil habitantes, interior de São Paulo. Desde os seis anos, queria ser jogador e meus pais investiram. Eu nunca fui bom nos estudos, meus pais não tinham condições de pagar uma escola para eu estudar e vi no futebol esse amparo para que pudesse ajudar minha família a ter uma condição melhor - disse.

Cicinho, hoje com 42 anos e comentarista de futebol no SBT, foi um dos grandes laterais-direitos do futebol brasileiro. Pelo Seleção Brasileira, conquistou a Copa das Confederações de 2005 e fez parte do estrelado elenco da na Copa do Mundo de 2006. Segundo o ex-jogador, o país não sofre com a escassez de jogadores na posição, mas sim de melhora na formação dos atletas.

- Eu não digo que estejam faltando "Cicinhos" como profissionais, mas sim "Cicinhos" com desejo de jogar futebol. Por que eu falo isso? Por questão de treinamento. Estou falando de meninos que estão começando. Cada jogador precisa se descobrir. Eu era um lateral com muita dificuldade na marcação, tentei suprir. Falta muito isso, ficar depois do treinamento, aperfeiçoar. Falta muito mais paixão pelo futebol. Eu desenvolvi bem porque eu fiz por amor, sempre - contou.

Cicinho exaltou o fato de ter jogado com craques como Ronaldo, Ronaldinho Gaúcho, Kaká, Zidane, Beckam e Totti. Mas ele também tem um orgulho que transcende os gramados: ser um exemplo para crianças e jovens e ajudar a formar cidadãos.

- Quero ajudar essas crianças a serem pessoas do bem, formar cidadãos, pessoas totalmente comprometidas com aquilo que fazem. Eu, no meio dessa minha trajetória, me perdi um pouco. Então, se hoje eu posso servir de testemunha para que as crianças e os jovens não cometam os meus erros, isso é bom.

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