Festa no pódio por Mayra Aguiar parecia até pela medalha de ouro

Um sorriso estampado em cima do pódio, uma vibração enorme dentro da Arena Carioca 2, no Parque Olímpico da Barra da Tijuca, pose para fotos, aceno para o público... Isso não era a festa pela medalha de ouro de um atleta brasileiro. Mas bem que poderia ser. Tanta festa, na verdade, ocorreu por conta do bronze de Mayra Aguiar na categoria meio-pesado (até 78kg), no judô.

Não dá para negar, o resultado obtido pela judoca do Brasil não foi o esperado. A expectativa era por uma final entre ela e a americana Kayla Harrison. Não deu. Mayra se descuidou na semifinal contra a francesa Audrey Tcheumeo e acabou derrotada por ter uma punição a mais. Mas quem pensou que ela ia se abater ou que o público iria desanimar se enganou.

O tropeço parece ter aumentado a gana da lutadora e animado ainda mais os torcedores. O que se viu na disputa pelo bronze contra a cubana Yalennis Castillo impressionou. Chegou a lembrar a festa pelo ouro para Rafaela Silva. E que bela festança.

Foi engraçado ver as quatro atletas em cima do pódio na premiação. Mayra sorria e vibrava até mais do que a campeã Kayla Harrison. Enquanto isso, Audrey, que terminou com a prata, só foi soltar um sorriso mais sincero enquanto posava para as fotos.

Muitos podem acreditar que a brasileira forçou a barra durante o pódio e que o sorriso seria “falso”. Não foi a impressão que passou. Ela até poderia estar um pouco chateada por não estar no lugar mais alto do pódio, mas não havia dúvidas de sua felicidade por ter seu espaço lá.

Não poderia ser diferente. Ganhar qualquer medalha em uma edição dos Jogos Olímpicos não é para qualquer um. Imagine, então, se tornar a primeira brasileira a conquistar duas láureas em um esporte individual. E no judô, que historicamente sempre teve sua força ligada aos homens.

Nesta quinta-feira, Mayra não conseguiu o que esperava. Mas conseguiu muito mais do que poderia imaginar. E ela sabe disso.