Ofensividade e repertório garantem vaga para o Santos na Copa do Brasil
Velocidade de Soteldo, Derlis González e Rodrygo é vital para o impressionante volume de jogo ofensivo que garantiu classificação para a próxima fase, apesar de carências no elenco
O domínio foi grande, mas não há como dizer que o Santos teve vida totalmente fácil no Pacaembu diante do América-RN, principalmente na primeira etapa, quando o América-RN chegou a se aproveitar dos espaços defensivos fornecidos pelos donos da casa. No entanto, mais uma vez o volume de jogo no ataque e a mentalidade ofensiva do time de Jorge Sampaoli falaram mais alto, mesmo com novidades na escalação.
A vitória por 4 a 0 sobre a equipe potiguar garantiu vaga na terceira fase da Copa do Brasil, mas serviu também para reforçar características santistas (boas e ruins) nesta temporada. Ainda que o resultado tenha sido positivo, algumas deficiências puderam ser vistas desde a escolha dos 11 titulares.
Sem Felipe Jonatan, que já havia atuado pelo Ceará na competição e não pôde ser inscrito, Sampaoli tinha a opção de escalar Orinho ou Copete, mas preferiu seguir uma terceira via e colocou Diego Pituca para a função. Jean Mota, porém, foi quem começou na lateral esquerda. Os setores de meio-campo e ataque, por sua vez, sentiram falta da movimentação de Mota e, por isso, a inversão com Pituca foi feita pelo técnico argentino.
A partir daí, o time começou a jogar mais, criar mais chances, inclusive a que originou o primeiro gol, anotado por Derlis González. A insistência em querer a bola e a quantidade de jogadores dentro da área foram fatores decisivos na abertura do placar. Isso, porém, não exclui os espaços dados nos contra-ataques do América-RN, problema que tende a piorar contra times mais qualificados.
O volume de jogadas de ataque é impressionante, especialmente com a velocidade de atletas como González, Soteldo e Rodrygo, que no segundo tempo fizeram muita diferença. Quem viu o jogo, tinha a certeza de que os gols sairiam a qualquer momento, mas fica evidente também a necessidade de, por vezes, ter um atacante finalizador na área. Com a quantidade de lances pelas pontas, a impressão é de que muitos mais tentos sairiam, algo que ajudaria em duelos mais duros.
Mesmo com carências sabidas desde o início da temporada, o que traz uma ideia de planejamento deficiente, o repertório e o pensamento ofensivo trazidos por Sampaoli e seus comandados acabam resolvendo os jogos. Contra o América-RN não foi diferente, classificação conquistada com o DNA de uma equipe que não gosta de sair de campo sem vitória e com poucos gols.