Opinião: Novo rebaixamento do Vasco é apenas a ponta do iceberg
Clube convive há anos com administrações nefastas, e resultado aparece em campo
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O Vasco foi guerreiro em alguns jogos do segundo turno, foi heroico em outros tantos. Mas tudo o que o time fez nas últimas 15 rodadas, e não foi pouco, não foi também suficiente para evitar o terceiro rebaixamento nos últimos oito anos. São duas quedas consecutivas na Série A, se considerarmos que o clube disputou a Segunda Divisão em 2014. Não dá mais para dizer que é acidente, nem coincidência. Não dá mais para culpar jogadores, técnicos ou árbitros. O problema é muito maior.
São anos e anos convivendo com administrações nefastas, que tratam como inimigos aqueles que discordam de algumas decisões ou apontam os erros de quem está administrando. Roberto Dinamite recebeu uma herança maldita de Eurico Miranda e passou boa parte do tempo usando isso como escudo para esconder a incompetência de sua diretoria. Devolveu o clube para o mesmo grupo que o antecedera, em situação ainda pior. E o Vasco passou todos estes anos acreditando que só tinha essas duas opções.
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A conquista do combalido Campeonato Estadual serviu para aumentar essa fragmentação, pois as bravatas do atual presidente afastaram ainda mais aqueles que tinham alguma esperança de ver o clube novamente unido. A frase de efeito foi repetida à exaustão: “o respeito voltou”.
Como se o Vasco fosse respeitado apenas por causa de Eurico Miranda. Não é. Embora o presidente tenha dificuldade para enxergar isso, o Vasco é imensamente maior do que ele. O Vasco jamais deixou de ser respeitado pelos adversários, mesmo nos seus piores dias. E é respeitado, não por causa dele, mas por seus ídolos, por suas conquistas, por sua história. Uma história que começou a ser escrita muito antes de Eurico Miranda nascer.
Mas é perda de tempo ficar apontando culpados. O mais importante neste momento é ter a humildade reconhecer os erros e tentar pacificar o clube, buscando pessoas que possam servir ao Vasco e não aquelas que estão mais preocupadas em se servir do clube. Se Eurico não se sentir capaz de liderar este movimento, o melhor que tem a fazer é deixar a presidência e procurar alguém que o faça.
Nenhum messias vai conseguir resgatar a grandeza do clube sozinho. Ou o Vasco encontra alguém capaz de fazer esta costura política ou vai continuar padecendo, vítima dos próprios vascaínos.
Este novo rebaixamento, por mais doloroso que seja, representa apenas a ponta do iceberg.
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