Estão os clubes do futebol brasileiro estruturados para promoverem a verdadeira conexão entre os seus patrocinadores e fãs? 

Se voltássemos 10 anos no tempo, esta pergunta não faria o menor sentido no mercado brasileiro ou, no máximo, estaria sendo discutida em torno dos sócios-torcedores dos clubes, como desafios para o futuro.

Podemos dizer que, nesta época, nos clubes havia uma combinação (im)perfeita e ineficiente entre o baixo investimento na estruturação das áreas de Marketing e Comercial com a baixa oferta de soluções tecnológicas, tendo como consequência  a incapacidade de se promover a aproximação e a interação entre torcedores, clubes e patrocinadores de forma inteligente, segmentada e em larga escala  de forma simultânea e relevante. É incrível, mas estamos falando de apenas 10 anos atrás.

Os anos se passaram e as soluções tecnológicas “explodiram” no mercado, permitindo que empresas dispostas a investir em tecnologia, ferramentas de marketing e na capacitação de suas equipes pudessem rapidamente se aproximar de seus consumidores de forma infinitamente mais barata e mais assertiva do que no passado não muito distante.

Clubes brasileiros têm missão de conectar fãs e patrocinadores (Foto: Divulgação/CBF)


REDES SOCIAIS, INTELIGÊNCIA DE DADOS, CRM, QR CODE, CRIPTOMOEDAS, GAMIFICAÇÃO, TICKETING, GEOLOCALIZAÇÃO, E-COMMERCE, NOVAS REDES SOCIAIS, OTT, STREAMING, APPS, LIVE COMMERCE são algumas das frentes que tiveram saltos tecnológicos incríveis que transformaram de vez as regras de relacionamento entre empresas e consumidores. O mundo dos negócios então mudou seu foco primário dos  “produtos” para os “clientes”.

Agora volte à primeira pergunta deste artigo e tente respondê-la. Vou lhe ajudar na resposta: os clubes brasileiros de hoje estão em diferentes estágios de evolução no que tange ao marketing e as soluções tecnológicas voltadas para o relacionamento com seus fãs.

Alguns seguem entendendo o sócio-torcedor como o principal programa de relacionamento com seus fãs. Outros, como o Fortaleza, Flamengo e Corinthians, por exemplo, já compreenderam a importância de se relacionarem com seus fãs de forma mais ampla, utilizando múltiplos pontos de contato, diferentes produtos e conteúdo, buscando um engajamento que possa, enfim, ser monetizado.

Fan tokens, moedas digitais, canais próprios de streaming, NFTs, vendas ao vivo, redes sociais são meios e produtos que podem ser utilizados para criar uma jornada individualizada para cada um dos torcedores após o conhecimento de seus hábitos e preferências. Aí está o enorme desafio dos clubes brasileiros.

Os clubes precisam investir. Estratégia e o planejamento são fundamentais. A inteligência de dados é o primeiro passo para a construção de todo este Ecossistema Digital que lhes permita oferecer de forma contínua e inteligente diversos produtos e serviços aos seus fãs, engajando e conectando o fã não só ao clube, mas também aos seus patrocinadores e parceiros comerciais.

O patrocínio digital nasce a partir de uma entrega muito mais ampla, robusta, relevante e significativa. Entrega esta que mescla diferentes propriedades físicas e digitais, colocando a marca frente a frente com o fã do clube, permitindo assim uma aproximação individualizada e assertiva das marcas com este público consumidor fiel e tão desejado pelo mercado, inclusive pelos próprios clubes.

Esta é a última fronteira... por enquanto.

* Este texto é de inteira responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Lance!

Win the Game é colunista do Lance! Biz (Foto: Divulgação)