No Brasil, gostamos de dar nome às leis e também, nas conversas de bar, afirmarmos categoricamente que determinada lei “pegou” e outras nunca “irão pegar”.

A lei 14.193/21, do senador Rodrigo Pacheco e relatoria do senador Carlos Portinho, conhecida como Lei da SAF (Sociedade Anônima do Futebol), aprovada em agosto de 2021, é uma daquelas que chegaram com força total e com expectativa do nosso torcedor de que agora iremos realmente nos tornar uma grande potência no Business do futebol.

Mas e aí? Essa lei realmente é a solução dos nossos problemas?

+ Felipe Ximenes: "Marhaba, Neymar (Seja bem-vindo, Neymar)"

Para entender este assunto, é importante que você saiba que a Lei da SAF é um instrumento jurídico importante, porém, o sucesso ou fracasso dele, dependerá basicamente de 3 fatores:

1. O MODELO DA SAF
Existem muitos modelos possíveis para se estruturar uma SAF, e saber escolher qual deles você quer para o seu clube é fundamental para a longevidade do processo. Nunca se esqueça que uma SAF pode até deixar de existir. Portanto, os percentuais societários, o controle das ações e o modelo de governança são fatores muito relevantes nesse processo.

2. O MOMENTO DO CLUBE
Quanto mais conturbado politicamente e endividado financeiramente, maior a chance de se fazer um mau negócio ao implementar a SAF em um clube. Precisamos lembrar que um investidor quer o retorno do seu investimento. Ao sentar em uma mesa de negociação, com um clube nas condições que citei acima, ele certamente saberá fazer uso do “poder” do seu dinheiro. Clubes saneados e auditados saem na frente!

Coluna do Felipe: "Uma vida no esporte!"

3. O PARCEIRO ESCOLHIDO
Constituir uma SAF é fazer uma aliança. As alianças são feitas para durarem muito tempo. Saber escolher o parceiro talvez seja a decisão mais importante de um clube. Uma boa escolha pode ser a diferença entre o sucesso e o fracasso de um clube de futebol, ou até mesmo um fator determinante na sua longevidade.

Principais SAFs do futebol brasileiro (Fotos: Divulgação)


Até agosto de 2022, um ano após a aprovação da lei, tivemos, no Brasil, a constituição de 24 SAFs, número que certamente aumentou muito em 2023.

Na Série A, por exemplo, temos 6 clubes geridos nesse modelo: Bahia, Botafogo, Coritiba, Cruzeiro, Cuiabá e Vasco.

Todos os 6 com modelos, momentos dos clubes e parceiros bem diferentes.

E para você, qual a melhor SAF do Brasil até o momento? Seu clube já se transformou em SAF? A SAF é remédio ou veneno para o nosso futebol?

* Este texto é de inteira responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Lance!