Tita foi peça fundamental no Flamengo que ganhou tudo na virada dos anos de 1970 para 1980. Era um facilitador em campo, ia de um lado para o outro com muita facilidade e atuava como ponta-direita e meia. No Rubro-Negro, foi campeão carioca (1978, 1979, 1979 Especial e 1981), brasileiro (1980, 1982 e 1983), da Libertadores (1981) e do Mundial Interclubes (1981). Com a camisa do Fla, fez 387 jogos e marcou 131 gols, sendo um autêntico craque TIM 4G do passado e um dos homenageados pela TIM, patrocinadora dos quatro grandes clubes cariocas.
Milton Queiroz da Paixão, mais conhecido como Tita - apelido dado pela mãe, na infância, que pegou para o resto da vida -, nasceu no Rio de Janeiro em 1º de abril de 1958. Começou a jogar aos 12 anos, nas categorias de base do Flamengo. Em entrevista, contou que foi parar na Gávea por acaso. Disse que estava em uma loja de material esportivo comprando meião e short do Flamengo. O diretor do dente de leite do clube estava no local e perguntou para qual time ele torcia, já sabendo a resposta. Depois, o convidou a treinar no Flamengo. E ele foi.
Aos 19 anos, Tita subiu para o time profissional para fazer história e virar ídolo da nação rubro-negra, participando do período mais vitorioso do clube. Mormon, ele vivia na contramão da vida de bebedeira, jogos de carteado e mulheres dos jogadores de futebol. Por conta isso, era o alvo preferido de brincadeiras nas concentrações e viagens dos times.
Até 1983, Tita vestiu a camisa 7 rubro-negra e com ela conquistou a glória. Naquele ano, foi emprestado ao Grêmio, onde faturou mais uma Libertadores. Só não fez parte do grupo que garantiu o Mundial – na vitória por 2 a 0 sobre o Hamburgo (ALE), na final, com dois gols de Renato Gaúcho –, porque o contrato de empréstimo tinha terminado quatro dias antes da viagem. Ele retornou ao Rubro-Negro para, desta vez, vestir a camisa 10, de Zico, que tinha se transferido para a Udinese, da Itália.
Em 1985, Tita deixou a Gávea e foi jogar no Internacional, mas passou em branco, sem conquistar títulos. Na sequência, teve passagem destacada pelo Vasco, onde foi campeão estadual em 1987, ao lado de nomes como Acácio, Roberto Dinamite, Paulo Roberto, Mazinho, Geovani e Romário. A final foi contra o Flamengo e foi dele o gol da vitória e do título, contra o ex-clube. Na comemoração, parecia que estava dando uma resposta ao Rubro-Negro por não ter sido valorizado.
Depois de passar por São Januário, foi jogar na Alemanha na temporada 1987/1988, e conquistou a Copa da Uefa pelo Bayer Leverkusen. No ano seguinte, atuou no modesto Pescara, da Itália. Retornou a São Januário em 1989 para comemorar mais um título, desta vez o Brasileiro, conquistando o quarto título nacional da carreira.
Foi convocado pelo técnico Sebastião Lazaroni para participar da Copa de 1990, aos 32 anos, mas ficou no banco e não participou de nenhum jogo. Com a Amarelinha, foram, no total, 34 partidas e seis gols marcados. Depois do Mundial, Tita foi jogar no futebol mexicano, onde atuou por seis temporadas. Encerrou a carreira em1998, aos 40 anos, no Comunicaciones, da Guatemala.
Após pendurar as chuteiras, Tita deu início à carreira de treinador, dois anos depois. O primeiro clube dele foi o Americano (RJ), em 2000. No mesmo ano, assumiu o Vasco, mas apenas por dois jogos. Perdeu a final do Campeonato Carioca para o Flamengo e comandou o time em um amistoso contra o Rio Branco. Na sequência, assumiu times de menor expressão, como América-RJ, Urawa Reds (Coreia do Sul), El Paso Patriots (EUA), Bangu, Caxias, Campinense, Remo, Olaria, Tupi, e Macaé, e foi até assistente técnico da seleção japonesa, em 2006.
Em 2008, a pedido do então presidente do Vasco, Roberto Dinamite, retornou ao Vasco para assumir o time na reta final do Campeonato Brasileiro. Após a eliminação na Copa Sul-Americana e uma série de resultados ruins, Tita pediu demissão da Colina. Depois disso, passou por clubes como América-RN, Volta Redonda, e os mexicanos León e Necaxa (de 2010 a 2012). O último clube dele no Brasil foi o Macaé, no ano passado.
Patrocinadora de Botafogo, Flamengo, Fluminense e Vasco, a TIM homenageará até o fim de 2017 jogadores do passado dos quatro grandes clubes do Rio de Janeiro, que, de forma geral, apresentaram os atributos “G” (Garra, Gênio, Gigante, Grandeza) quando atuavam. Periodicamente, contaremos um pouco da história destes craques e o motivo deles terem sido escolhidos. Afinal, os quatro maiores times cariocas merecem a maior cobertura 4G do Rio e as melhores histórias para serem compartilhadas.